terça-feira, 20 de setembro de 2016

MAIS-VALIA RELATIVA E VELOCIDADE DE CIRCULAÇÃO DE CAPITAL.

Consoante o disposto no capítulo décimo do livro primeiro de O Capital de Karl Marx, que versa sobre a mais-valia relativa, o capitalista que pioneiramente inova no processo de produção, diminuindo o tempo de trabalho necessário para produzir sua mercadoria, torna-se capaz de vender tal mercadoria por um preço menor que o seu valor, porém maior que o tempo de trabalho gasto em sua produção, o que lhe confere vantagem no mercado. 

Mas essa vantagem dura apenas o tempo de difusão social dessa inovação do processo de produção da mercadoria em comento, pois assim que a nova tecnologia se propaga socialmente, passando a constituir a regra do processo produtivo da mercadoria, o capitalista pioneiro perde a vantagem e passa a concorrer no mercado em igualdade de condições com os outros capitalistas.

Por isso é que, para o capitalista pioneiro, exibe-se importante a velocidade de circulação de capital, pois quanto maior essa velocidade, mais mercadorias a menor preço ele poderá vender no mercado, por ele dominado enquanto sua inovação tecnológica não se difundir socialmente. 

Os investimentos em infraestrutura, notadamente em transportes e telecomunicações, aumentam a velocidade de circulação de capital e, assim, fomentam o pioneirismo na inovação do processo produtivo, atuando como móvel do desenvolvimento tecnológico no capitalismo, sendo certo que há evidências de que as revoluções técnicas do sistema estão fortemente relacionadas com os ciclos econômicos de longa duração. 

A revolução digital, por exemplo, atuou fortemente no campo das telecomunicações para aumentar a velocidade de circulação de capital. 

(por Luis Fernando Franco Martins Ferreira, historiador e membro do NEC-Partido dos Trabalhadores).